quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Vinte sinais de colapso financeiro iminente na Europa

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Estamos à beira de um colapso financeiro de enormes proporções na Europa.

Rumores de uma situação de incumprimento iminente por parte da Grécia circulam por tudo o que é sítio e já há representantes do Governo grego a admitir abertamente que estão a ficar sem dinheiro. Sem mais fundos de resgate, é absolutamente certo que em breve a Grécia deixará de pagar as suas dívidas. Mas os representantes alemães ameaçam com a retenção de mais pagamentos de resgate até os gregos “fazerem aquilo que concordaram fazer”. A atitude na Alemanha é que chegou a altura de os gregos pagarem o preço de se terem endividado tanto. Os representantes do Governo grego estão a ficar frustrados porque quanto mais medidas de austeridade aplicam, mais a sua economia recua. À medida que a economia recua, o mesmo acontece aos pagamentos de impostos e o défice orçamental fica ainda maior. Entretanto, hordas de cidadãos gregos enfurecidos protestam violentamente nas ruas. Se a Alemanha permitir que a Grécia entre numa situação de incumprimento, isso irá iniciar a queda de dominós financeiros em todo o mundo e será um sinal para os mercados financeiros de que existe uma possibilidade muito real de se permitir que Portugal, a Itália e a Espanha entrem também em incumprimento. Escusado será dizer que, nessa altura,  ficaria instalada a confusão.

Porque é então a Grécia tão importante?

Bem, há duas razões pelas quais a Grécia é tão importante.

Em primeiro lugar, os grandes bancos em toda a Europa têm um grande investimento na dívida grega. Uma vez que muitos desses bancos também estão fortemente alavancados, se forem forçados a assumir grandes prejuízos com a dívida grega, muitos deles poderão ser aniquilados.

Em segundo lugar, se a Grécia entrar em incumprimento, os mercados percebem que Portugal, a Itália e a Espanha provavelmente também não serão resgatados. De repente, tornar-se-ia muitíssimo mais caro para esses países contraírem empréstimos, o que iria agravar imenso os seus já enormes problemas de endividamento.

Se a Itália ou a Espanha caíssem, grandes bancos em todo o mundo seriam aniquilados.

Paul Krugman, do New York Times, resumiu recentemente a escala do problema que o sistema financeiro mundial actualmente enfrenta….

A turbulência financeira na Europa deixou de ser um problema das pequenas economias periféricas, como a Grécia. O que está actualmente em curso é um ataque em grande escala dos mercados às economias muito maiores da Espanha e da Itália. Nesta altura, os países em crise representam cerca de um terço do PIB da zona euro, pelo que a a própria divisa europeia única está com a existência ameaçada.

A maioria dos americanos não perde muito tempo a pensar sobre a situação financeira da Europa.

Mas devia.

Neste preciso momento, a economia dos Estados Unidos faz um tremendo esforço para se manter fora de outra recessão. Se a Europa sofrer uma derrocada financeira, não existe nenhuma maneira de os Estados Unidos conseguirem evitar outra recessão económica grave.

Se acham que as coisas estão más agora, esperem só. Depois da próxima grande crise financeira, aquilo por que estamos actualmente a passar vai parecer um piquenique de domingo.

Seguem-se 20 sinais de colapso financeiro iminente na Europa….

N.º 1 A taxa de juro (yield) das obrigações gregas a 2 anos é actualmente superior a 60%. A taxa de juro das obrigações gregas a 1 ano é actualmente superior a 110%. Basicamente, os mercados financeiros mundiais estão agora plenamente convencidos de que a Grécia vai entrar em incumprimento.

N.º 2 As acções dos bancos europeus estão hoje, mais uma vez, verdadeiramente de rastos. É o que vem a acontecer, repetidamente, nas últimas semanas. Aquilo a que estamos a assistir agora é uma tendência clara. Tal como em 2008, as acções bancárias mais importantes lideram o caminho da derrocada financeira.

N.º 3 O Governo alemão está actualmente a fazer preparativos para resgatar os principais bancos alemães quando a Grécia entrar em incumprimento. Segundo se diz, o Governo alemão está a dizer aos bancos e às instituições financeiras para se prepararem para um corte de 50% nas obrigações da dívida grega.

N.º 4 Com muitos milhares de cidadãos enfurecidos a protestar nas ruas, o Governo grego parece estar hesitante em implementar plenamente as medidas de austeridade que lhe estão a ser exigidas. Mas se a Grécia não fizer aquilo que lhe dizem para fazer, a Alemanha pode reter a ajuda futura. Segundo Wolfgang Schaeuble, ministro das Finanças da Alemanha, a Grécia encontra-se agora “sobre o fio da navalha”.

N.º 5 A Alemanha está a assumir uma posição cada vez mais dura para com a Grécia e, neste momento, os gregos estão a sentir-se muito empurrados pelos alemães. Ambrose Evans-Pritchard chamou a atenção para este facto de forma muito eloquente num recente artigo para o Telegraph….

O comissário europeu alemão Günther Oettinger afirmou que a Europa devia enviar capacetes azuis para assumirem o controlo da cobrança de impostos grega e liquidarem os activos do Estado. É bom que estejam bem armados. Os títulos da imprensa grega têm sido “Capitulação incondicional” e “Aterrorizando os gregos”, chegando mesmo a falar em “Quarto Reich”.

N.º 6 Todos sabem que a Grécia não pode, simplesmente, durar muito mais tempo sem resgates contínuos. John Mauldin explicou o porquê desta situação num artigo recente….

Trata-se de aritmética escolar elementar. O rácio da dívida em relação ao PIB na Grécia encontra-se actualmente nos 140%. Estará próximo dos 180% no final do ano (admitindo que alguém lhes dará o dinheiro). O défice está acima de 15%. Eles não podem, pura e simplesmente, pagar os juros. As verdadeiras taxas de juro do mercado (não subsidiadas pela zona euro) sobre a dívida grega de curto prazo estão próximas dos 100%, pelo que leio nos jornais. A sua dívida de longo prazo não pode, simplesmente, voltar a ser financiada sem resgates da zona euro.

N.º 7 As medidas de austeridade que já foram aplicadas estão a fazer a economia grega recuar rapidamente. O ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, anunciou que o Governo grego prevê actualmente um recuo de 5,3% da economia em 2011.

N.º 8 O vice-ministro das Finanças da Grécia, Filippos Sachinidis, afirma que a Grécia só tem numerário suficiente para continuar a funcionar até ao próximo mês.

N.º 9 Importantes bancos nos Estados Unidos, no Japão e na Europa estão tremendamente expostos à dívida grega. Se fossem forçados a assumir grandes prejuízos com a dívida grega, vários bancos principais que estão muitíssimo alavancados podiam de repente correr o risco de ser aniquilados.

N.º 10 Se a Grécia se afundar, Portugal pode muito bem ser o próximo. Ambrose Evans-Pritchard do Telegraph explica desta forma….

Contudo, empurrar a Grécia pela ribanceira abaixo acarreta o risco de contágio instantâneo a Portugal, que tem níveis mais elevados de endividamento total e um défice da balança de transacções correntes igualmente mau, de cerca de 9% do PIB, e que é também, a longo prazo, incapaz de cumprir as medidas de austeridade ditadas pela Alemanha. A partir daí, a reacção em cadeia para o núcleo central da UEM seria rápida e violenta.

N.º 11 A taxa de juro (yield) das obrigações portuguesas a 2 anos é actualmente superior a 15%. Há um ano, a taxa de juro dessas obrigações era de cerca de 4%.

N.º 12 Portugal, a Irlanda e a Itália têm actualmente rácios da dívida em relação ao PIB muito superiores a 100%.

N.º 13 A Grécia, Portugal, a Irlanda, a Itália e a Espanha, em conjunto, devem ao resto do mundo cerca de 3 biliões de euros.

N.º 14 Em breve, os principais bancos das zonas “saudáveis” da Europa poderão assistir à desvalorização dos seus ratings de crédito. Por exemplo, há rumores persistentes de que a Moody’s está prestes a descer os ratings de crédito de vários importantes bancos franceses.

N.º 15 A maioria dos grandes bancos europeus está completamente alavancada e extremamente exposta à dívida soberana. Antes do seu colapso em 2008, a alavancagem do Lehman Brothers era de 31 para 1 [por cada euro que tinham em depósito, investiam 31]. Hoje em dia, a alavancagem dos principais bancos alemães é de 32 para 1, e esses bancos detêm actualmente uma quantidade enorme de dívida soberana europeia.

N.º 16 O BCE não vai conseguir comprar indefinidamente dívida dos membros da zona euro em dificuldades. O Banco Central Europeu já detém qualquer coisa como 444 mil milhões de euros de dívida dos governos da Grécia, Itália, Portugal, Irlanda e Espanha. Na sexta-feira, o alemão Jurgen Stark demitiu-se do Banco Central Europeu em protesto contra essas compras irreflectidas de obrigações.

N.º 17 De acordo com o centro de estudos Open Europe, com base em Londres, o Banco Central Europeu está actualmente muitíssimo sobrealavancado….

“Se os activos do BCE descessem apenas 4,23% em valor . . . todo o seu capital base seria aniquilado”.

N.º 18 A recente decisão proferida pelo Tribunal Constitucional da Alemanha parece ter posto fora de questão a criação de qualquer mecanismo de resgate “permanente” para a zona euro. Basta repararem na seguinte linguagem da decisão….

“Não serão criados mecanismos permanentes através de tratados, que nos levem a assumirmos responsabilidade pelas decisões de outros Estados, especialmente se elas implicarem consequências incalculáveis”

N.º 19 O economista Nouriel Roubini avisa que sem “um enorme estímulo” por parte dos governos do mundo ocidental, vamos assistir a um colapso financeiro de grandes proporções e vamos dar connosco a mergulhar numa depressão….

“A curto prazo, precisamos de um enorme estímulo; caso contrário, vai haver outra Grande Depressão.”

N.º 20 O ministro da Economia alemão, Philipp Roesler, avisa que não está “fora da mesa” um “incumprimento controlado” para a Grécia….

”Para estabilizar o euro, não devemos tirar nada de cima da mesa no curto prazo. Isso inclui, como cenário mais desfavorável, um incumprimento controlado para a Grécia se estiverem disponíveis os instrumentos necessários para tal.”

Neste momento, a Grécia está presa numa espiral de morte. Quanto mais medidas de austeridade aplica, mais a economia abranda. Quanto mais a economia abranda, mais as receitas fiscais diminuem. Quanto mais as receitas fiscais diminuem, mais se agravam os problemas de endividamento.

A Grécia pode acabar por sair do euro, mas isso só iria agravar muitíssimo os seus problemas económicos e seria também muito prejudicial para o resto da zona euro.

Vários políticos na Europa advogam uns “Estados Unidos da Europa” como a solução definitiva para estes problemas, mas neste momento os cidadãos da zona euro estão, esmagadoramente, contra uma integração económica mais profunda.

Além disso, conceder à UE ainda mais poder, significaria uma perda de soberania nacional ainda maior para os povos da Europa.

O que não seria bom.

Portanto, o que temos agora em mãos é o status quo. Mas a situação actual não pode durar muito mais tempo. A Alemanha está a ficar farta de conceder resgates, e países como a Grécia estão a ficar fartos das medidas de austeridade que lhes estão a ser impostas.

A certa altura, alguma coisa vai estalar. Quando isso suceder, os mercados financeiros mundiais vão responder com uma mistura de pânico e receio. Os mercados de crédito irão congelar porque ninguém será capaz de dizer quem é que é estável e quem é que está à beira do colapso. Os dominós começarão a desmoronar-se e várias importantes instituições financeiras serão aniquiladas. Os governos em todo o mundo terão de determinar quem é que querem resgatar e quem é que não querem resgatar.

Vai ser uma confusão gigantesca.

Durante décadas, os governos do mundo ocidental foram avisados de que se estavam a endividar demais.

Durante décadas, os principais bancos e as grandes instituições financeiras foram avisados de que estavam a tornar-se demasiado alavancados e a assumir demasiados riscos.

Ninguém quis ouvir.

Agora cabe-nos assistir ao desenrolar em câmara lenta de um pesadelo financeiro global.

Vão buscar as pipocas e preparem-se. Vai ser um verdadeiro espectáculo.

Creditos Um Novo Despertar

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